quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
CRÓNICAS do Fim-do-Mundo 17 - É Verão aqui na terra dos cangurus
Acho
lindo!
Chegou
o Verão e aqui as estações do ano começam e terminam em alturas diferentes do
convencionado na Europa, onde ainda se aceita o código romano para as estações
do ano.
Aqui
vigora o regime celta. Neste outro código, em lugar das estações começarem no
ponto astrológico dos solstícios e dos equinócios, assume-se que o dia mais
longo do ano deva acontecer no meio do Verão e o mais curto do ano deva surgir
no meio do Inverno.
Assim,
o Verão começa em 1 de Novembro, o Outono a 1 de Fevereiro, o Inverno a 1 de
Maio e a 1 de Agosto inicia-se a Primavera. Diferente, porém mais eficaz e
sobretudo porque mais em conformidade com as temperaturas que se sentem.
O
dia mais longo do ano, 21 de Dezembro (aqui no Hemisfério Sul) acontece
sensivelmente a meio do Verão) e por oposição, o dia mais curto do ano
(solstício de Inverno) acontece no meio do Inverno a 22 de Junho.
Crónica
17
Termino
hoje esta série de Crónicas sobre a minha presença nestas terras do sul.
17ª Crónica, hoje dia 17 de Dezembro de 2013, quando passam
exactamente 17 meses que estou a
viver em Sydney.
A
propósito desta formidável conjugação de situações correlacionadas com o número
dezassete, entendo dever uma
explicação a propósito de uma missiva do meu amigo João Fernandes, conhecido
numerólogo, e que tomo a liberdade de transcrever parcialmente:
Foi com alegria que li a XVI
Crónica, desde logo por saber que a intervenção cirúrgica ocular foi um êxito,
porque regressaste a casa no dia de anos da Lurdes e porque a tua redacção
reflecte uma mudança positiva deste teu ano aziago, ano chinês da SERPENTE, a
que se vai seguir o ANO DO CAVALO, evocando 2014 os 700 anos que já passaram
sobre as últimas fogueiras onde arderam os Templários de França. Os anos destes
tempos finais de um ciclo de CIVILIZAÇÃO que ainda tarda a acabar, são
essencialmente materialistas e desagregadores de Valores e da Família, perante
a espiritualidade ínfima a que chegou a Humanidade.
Restam homens e mulheres, como tu
e a Bianca para dizermos que vale a pena a amizade e a força para termos
ESPERANÇA.
Falta então uma CRÓNICA para eu
encerrar o TOMO I dessa tua diáspora. Assim com 17 Reis mudou Portugal,
perdendo a independência em 1580, caindo a Monarquia ao fim de mais 17 Reis.
Falta cair o 17º Presidente (Bernardino Machado só conta uma vez) para mudarmos
também, agora que já foi eleito o 17º CARDEAL, Patriarca de Lisboa.
Amigos,
absolutamente significativo não acham? Vale a pena continuarmos a ter
esperança. Aliás, e nem de propósito, aproveito para vos recomendar a leitura
das previsões que o mesmo João Fernandes faz para 2014. Aí vai:
Previsões para 2014
Estaremos em 2014 em Portugal,
como se vivêssemos no ano de 1579 ou em 1909, ou seja esperamos pacientemente
que o ciclo 17 de Portugal se cumpra: 17 Reis/1580; mais 17 Reis/1910; mais 17
Presidentes/2015 (Bernardino Machado só conta uma vez).
Arruinados com D. Sebastião.
Arruinados com D. Manuel II/João Franco. Arruinados com Aníbal/Passos Coelho.
Sem capacidade para vencer, unir
e desenvolver, Passos Coelho (eleito no Ano Chinês deste animal - coelho)
conduzirá Portugal para mais soluções de recurso, podendo provocar a sua fuga
do país ou demissão. A maldição dos Templários de França sobre a Europa ainda
não está concluída, perfazendo 700 anos (1314-2014) com 40 anos do 25 de Abril
(país com independência em 1143, morrendo os Condestáveis de França e Portugal
em 1431, tudo sempre mutação numérica 1314). Acresce que sendo Portugal regido
pelo ciclo Arcânico 22 e o seu factor solar 11, vamos estar mais dependentes da
grande crise: Obama, o 44º (22+22) Presidente dos EUA; O 11º rei morreu de peste
em Tomar (D. Duarte), o 22º Rei morreu preso em Sintra (D. Afonso VI), o 33º
Rei foi assassinado (D. Carlos I), o 44º foi preso e desterrado, Américo Tomás,
faltando a grande mudança com o 55º Ocupante do Trono de Portugal (Presidente).
O ano de 2014 terá mudanças
mundiais com os eclipses solares de Abril (29) e Outubro (23-24), sobretudo
neste último pela influência dominante de Mercúrio na gravitação da Terra. A
Inglaterra poderá ter mudanças de relevo no início de Outubro e o período da
Páscoa será agitado. A diplomacia portuguesa precisará de uma mudança de muito
curto prazo se desejar qualquer papel na cena internacional plena de escândalos
com embaixadores e serviços secretos.
Como positivo para a economia
portuguesa pode estar o papel da diplomacia económica luso-brasileira,
anglo-lusa ou judaico-luso-holandesa, com ramificações nos EUA.
Começando o ano solar com LUA
NOVA de 1 de Janeiro e o ano lunar do CAVALO na LUA NOVA 30 de Janeiro, com
igual repetição destas Luas no mês de Março, com ambos os inícios com
tempestades, o ano espiritualmente só pode trazer ESPERANÇA se a intransigência
moribunda da União Europeia mudar. Pode haver a esperada «surpresa» de se falar
na Federação Europeia e na Capital Mundial. A vitalidade do «euro» será
determinada ou não para o futuro, precisamente em 2014.
João Santos Fernandes
Novembro
e Movembro
Este
ano reparei que alguns apresentadores de televisão começaram a deixar crescer,
uns a barba, outros o bigode. Falei nisso e logo a Bianca me explicou que aqui
é usual a maioria dos homens deixarem crescer ou o bigode, ou a barba durante
os meses de Setembro e Outubro, para depois, em Novembro cumprirem uma espécie
de promessa – o Movember – que é para assinalarem que eles vão durante o mês de
Novembro ajudar uma Instituição Social no dia em que voltarem a cortar a barba
ou o bigode. Ao contrário, os que usam apêndice capilar (como é o meu caso),
cortam-no em Novembro assinalando idêntico gesto de solidariedade, começando de
imediato a deixar crescer a barba, ou o bigode. Este ano ainda não o fiz, mas
no próximo ano, em 2014 farei isso, pelo que a Bianca já festejou o facto de me
ir ver pela 1ª vez sem barba!
BLOG
Com
a imprescindível ajuda de um amigo de Moçambique, o antigo locutor de rádio
João Manuel Alves, agora a residir na Terceira, (Açores) passo a disponibilizar
aos meus amigos e leitores um Blog onde poderão de forma sistemática e mais
rápida, fazer uma consulta a todas as minhas Crónicas publicadas e enviadas até
agora.
Bastará
assim um simples clicar no link do referido Blog:
http://cronicasdofimdomundo1.blogspot.pt/
Ao
meu antigo (e não velho...) companheiro de actividades radiofónicas em Lourenço
Marques, João Manuel Alves, que pacientemente se ofereceu para colocar em Blog
todas as Crónicas das Terras do Fim-do-Mundo, o meu sincero e reconhecido MUITO
OBRIGADO.
Portugal
no Mundial de Futebol
Pronto!
À conta do talento do miúdo da Madeira, o famoso CR7, Cristiano Ronaldo, a
selecção lusa lá vai até ao Mundial do Brasil, que começa em Junho de 2014 e
logo nos calhou uma série que não será seguramente pêra-doce, com a Alemanha, o
Gana e os Estados Unidos que de ano para ano se vêm tornando uma equipa
crescentemente perigosa.
E
como bem assinala o João Paulo Diniz, não nos venham (até porque é
absolutamente intragável o raio do conceito) com a ideia dos media que é um
grupo de morte! Que é lá isso? Desporto é desporto e não passa disso... é para
praticar sem paixões e para manter a mente saudável!
Que
os deuses protejam e inspirem os nossos jogadores por forma que a malta se
reveja nos bons resultados desportivos, já que pouco mais resta para envaidecer
o ego lusitano.
Não
sei se alguns dos jogos decorrerão no Nordeste brasileiro, julgo que sim, e a
esse propósito recomendaria aos mais afoitos uma viagem até Itacaré, perto da
cidade de Salvador, onde o meu irmão José Couto vive agora numa Pousada de Luxo
que adquiriu nessa terra bonita e à beira-mar.
A
Pousada chama-se Shangrilah e está
especialmente dotada de todas as mordomias para quem possa passar um tempo diferente...
eventualmente acompanhando o Mundial de Futebol!
Para
quem estiver interessado – contactem-me que eu poderei obter os números de
telefone e morada... e quem sabe... um descontozinho especial para aficionados!
LIIIIINDAAA!
Uma
piada que me chegou pela Internet e à qual achei Himalaias de piada:
José
e Luis, são dois amigos que se encontram todos os dias no Parque para dar de
comer aos pombos e falar dos problemas do Mundo.
Um
dia, o Luis não apareceu. O José não pensou muito nisso pois calculou que o
amigo pudesse ter-se constipado ou coisa parecida.
Mas,
depois de uma semana sem o Luis aparecer, José preocupou-se realmente.
Como,
no entanto, o único tempo que passavam juntos era no Parque, José não fazia a
menor idéia da morada do Luis e como tal, era incapaz de descobrir o que teria
acontecido.
Passou-se um mês, e José pensou que nunca mais
veria o seu amigo Luis.
Um
dia, ao regressar ao seu banco habitual no Parque, reparou que já lá estava
sentado, o seu amigo Luis.
José,
ficou feliz por vê-lo, a ponto de lho dizer e passado o momento inicial do
reencontro, disse-lhe:
-
Francamente, Luis, o que é que te aconteceu ?- Estive preso !- Preso ? Mas a
que propósito ? Olha... sabes, daquela
loirinha muito gira que trabalha ali no café da esquina onde vou às vezes?
-
Sim, lembro-me muito bem dela ! O que é que lhe aconteceu ?
-
Bem, a ela, nada, mas queixou-se de mim, à Polícia, "por
violação". Fui a tribunal e é
claro, que eu, com 89 anos fiquei tão orgulhoso que me declarei logo CULPADO !
Então,
não é que o sacana do Juíz, me aplicou 30 dias de prisão por...faltar à verdade ?!
Moçambique
e Macau
Então
o que me dizem do ambiente político em Moçambique? O Guebuza anda a brincar com
o fogo não é?
E eu que o conheci quando nos anos 60 ele era um mero servente no
Jornal Notícias de Lourenço Marques.
O Armando Guebuza cresceu muito, sim
senhor... e enriqueceu substancialmente! Ou será que o poder corrompe?
Raptos,
ameaça de guerra civil e crise económica são os condimentos necessários e
suficientes para que se reacendam ódios antigos e de novo se instale o terror e
a guerra naquela zona de África. E agora, tudo mais instável devido à morte do
velho Madiba, Nelson Mandela que dalguma forma servia de tampão respeitável,
referencial inultrapassável naquela zona de África.
Ainda
por cima no próximo ano há eleições presidenciais em Moçambique. Quando já
desistente de Portugal, houve quem me tivesse sugerido tentar a chance em
Moçambique, recordo-me de ter contrariado tal hipótese exactamente com base na
instabilidade política - et voilá, aí
está a resposta que considerava inevitável! Lembras-te amigo Faruk Norali?
**********************************************************************
Entretanto
em Macau, esteve de passagem (certamente mais em passeata do que em missão
política), o vice 1º ministro Paulo Portas que – e eu não lhe conhecia este mau
hábito – chegou atrasado a uma reunião com a comunidade portuguesa naquele
território, cerca de duas horas depois do combinado e nem um pedido de
desculpas apresentou. Quando chegou e começou a falar sem o prévio
justificaivo, nem o pedido de desculpas, a assistência levantou-se em peso e
saíu!
Protesto
legítimo e colectivamente bem conseguido, com a esperança de que o rapazinho
aprenda a comportar-se com maneiras... sobretudo com respeito pelos emigrantes!
Morte
de Mandela
Eram
7h.30 da manhã de 6ª feira, dia 6 de Dezembro, aqui em Sydney.
Mal
me levanto ligo a TV para assistir aos noticiários em contínuo da ABC 24.
Quando
o apresentador disse que esperavam a todo o momento uma ligação em directo a
Joannesburg dado que o presidente sul-africano ia fazer em directo uma
importante alocução, suspeitei de imediato de um desenlace.
Assim
foi... Após um longuíssimo período de sucessivas convalescenças, o velho Madiba
não resistiu. A sua morte anunciada, levou-o fisicamente, mas ele vai continuar
vivo entre todos aqueles que forem recordando o extraordinário exemplo de
tolerância, de perseverança, de dignidade que Nelson Mandela deixa como legado
de uma vida dedicada ao seu país, ao fim do apartheid e ao progresso com todas
as raças em convívio pacífico.
Mandela
faleceu com 95 anos de idade e com 27 anos de detenção efectiva em idade já
adulta, exactamente por lutar contra um regime que pugnava por um
desenvolvimento separado e que, embora com resultados invejáveis quando
comparando com o resto de África, era desumano e impraticável à luz da tolerância,
dos modernos princípios de igualdade de oportunidades e direitos.
A
Bianca também se levantara e ambos escutámos consternados o anúncio feito pelo
actual presidente sul-africano, Jacob Zuma, confirmando as nossas suspeitas.
O
meu receio recai agora nas consequências negativas que, quase inevitavelmente,
o seu desaparecimento irá ter em toda a região, incluindo a terra que me viu
nascer – Moçambique.
Deus
proteja aquela gente das atitudes extremistas e violentas que alguns dirigentes
do seu partido – o ANC – tem ameaçado ter contra uns e outros.
Talvez
para evitar reacendimentos de antigos ódios racistas contra uma parte
significativa da população de origem indiana, as rádios sul-africanas têm
estado a referir enfaticamente que lá para onde foi Madiba, ele se terá
encontrado com Ghandi e estão neste momento a passear os dois lado a lado! Pode
ser uma excelente solução... A ver vamos!
Entretanto,
não tardou que eu começasse a receber mails referindo o desaparecimento do
grande líder da Tolerância e da Paz, tendo o 1º deles vindo exactamente de
Portugal, da Malveira, onde reside o meu amigo João Paulo Diniz, jornalista
reformado, que aliás conheceu pessoalmente Nelson Mandela, tendo-o entrevistado
em Joanesburgo.
Com
a devida vénia transcrevo aqui parte das suas palavras:
Morreu Nelson
Mandela. E a partir de agora, se estamos todos e cada um de nós mais pobres,
paradoxalmente estamos mais ricos pelo seu exemplo.
Mandela foi um
lutador, um Homem fiel às suas convicções. O preço que pagou foi elevado: 27
anos na prisão e uma saúde que, inevitavelmente, seria afectada em consequência
disso. Mas venceu a coragem e a honestidade - quando foi eleito Presidente da
República da África do Sul, declarou, solenemente, que apenas faria um único
mandato. E manteve a sua palavra quando tinha todas as condições para
prosseguir na liderança do seu grande País.
Mais
uma vez, de lamentar o provincianismo da nossa RTP que, durante sete dias abriu
os noticiários com notícias bacôcas e redundantes sobre o funeral de Madiba, e
com entrevistas supostamente ocasionais e que nada traziam à respectiva
cobertura jornalística. Enfim, outros tempos – já não há repórteres como noutro
tempo...
Paz
à sua alma e interiormente saibamos, cada um de nós, guardar um minuto de
silêncio em sua memória.
Sporting
Ora
aí temos uma situação realmente rara e que há já muitos anos se não verificava
no nosso Campeonato Nacional de Futebol – o Sporting a liderar o ranking, em 1º
lugar com todo o mérito e para vaidade dos seus inúmeros e dedicados adeptos,
dos quais destaco obviamente o meu Compadre Sérgio Abrantes Mendes, o meu
grande amigo Armando Lopes, o meu igualmente amigo de há muitos anos João Pedro
Jadauji, o meu primo João Manuel Ferreira Pinto e por cá, em Sydney, o Adérito
Alvo.
Permitam-me,
sem receio de ofender ninguém, (porque eles sabem que é verdade), que vos
recorde que os leões têm uma velha maldição com o Natal, uma vez que não seria
a 1ª vez que o team de Alvalade chega bem posicionado à época do Natal e
depois... por qualquer inexplicável circunstância começa a escorregar por ali
abaixo!
A
minha Académica contribuiu também com uma quota parte do seu esforço para o
êxito do Sporting, dado que venceu o Futebol Clube do Porto, quando nada fazia
crer que os estudantes batessem o campeão nacional em título!
Ah
Briosa do Mondego e das serenatas ao luar!
Mafra
Um
belo dia, lendo as notícias atrasadas que me chegam de Portugal dou comigo
estupefacto a ler sobre um assassinato ocorrido em Mafra (de 9 para 10 de
Novembro), à saída de um bar, - o Copo e Meio - propriedade do meu amigo Jorge
Carnaxide. O arrendatário do bar, tentando apaziguar os ânimos entre bêbados e
drogados à saída do estabelecimento é agredido à traição por um jovem segunda
geração de Cabo Verde, que espeta uma faca nas costas da vítima e ele esvai-se
em sangue à porta do bar, morrendo pouco depois.
Minutos
depois, os Bombeiros apareceram e tentaram em vão reanimá-lo. A GNR apareceu
quando pôde, suponho (pelos relatos da imprensa local) cerca de meia-hora
depois e já não apanhou o delinquente, tendo de imediato iniciado as buscas com
vista a detê-lo, o que veio efectivamente a suceder dias depois.
Renasce
a questão das razões para a existência da inútil Polícia Municipal.
Criada
há anos atrás pelo actual presidente da Câmara de Mafra, o ex-militar, Hélder
Silva, a Polícia Municipal é mal vista por todos os munícipes de Mafra e que se
saiba, a dita “polícia” só actua multando carros supostamente mal estacionados,
prejudicando a maioria das vezes o comércio local que obviamente não consegue
concorrer com os grandes espaços e a grande distribuição, que disponibiliza
parques de estacionamento e imensos lugares para o parqueamento das viaturas
dos potenciais clientes.
Compreensivelmente
o pequeno comerciante local não o pode fazer... e garanto-vos que é quase
impossível estacionar na baixa de Mafra... a menos que se chegue lá, pelas seis
da madrugada!
Ao
menos, a vigilância da zona de bares da Vila de Mafra, bem poderia competir à
Polícia Municipal em vez de ter exclusivamente a actividade de multar as
viaturas estacionadas. É que também a GNR não pode estar em todo o lado e fazer
tudo! (E a receberem bem menos do que os pipis da Polícia Municipal).
Sai
demasiado caro ao erário da edilidade ter uma polícia só para multas. A
população que exija a extinção dessa vaidade do papa-almoços... que é como eu
chamo ao actual presidente da Câmara, um imbecil arrogante e impreparado, que
se atrelou ao PSD para suceder ao antigo presidente, o José Ministro dos
Santos.
Pouca
sorte Mafra!
Campanha
a favor dos Bombeiros da Malveira
Também
do Concelho de Mafra faz parte a velhinha vila da Malveira, antiga já do tempo
da fundação de Portugal. Com efeito, segundo relatos circunstanciados, já nesse
tempo existia uma feira franca de gado, que aliás se mantém ainda hoje, às 5ªs
feiras, mas sem o esplendor e a relevância de outrora!
Após
as eleições autárquicas, o novo presidente da Junta da Freguesia da Malveira
passou a ser por mérito e maioria absoluta, um grande amigo meu, o
insubstituível José Pinheiro, que está ainda na fase de arrumar a casa e ver
como vão as contas da Junta.
Entretanto,
falando ao telefone com ele fiquei a saber duma preocupante necessidade que
importa suprir urgentemente nos Bombeiros da Malveira – novas viaturas de fogo
e também ambulâncias – tudo no valor de 150.000 euros.
De
imediato me solidarizei e prometi-lhe ajudar a partir de Sydney, através da
organização de peditórios, rifas, bailes
e leilões a efectuar junto da comunidade portuguesa de cá. Como faço parte de
uma Comissão de Solidariedade – Fazer Bem Sem Olhar A Quem – presidida pelo meu
amigo de Portimão, Adérito Alvo, emigrante em Sydney há mais de trinta anos,
elaborei um “programa de acções” e estamos já envolvidos na respectiva tarefa
de vencer a inércia habitual e arranjar aquilo que falta aos Bombeiros da Malveira,
já que ao poder local (a quem competia suprir as referidas necessidades), falta
dinheiro... talvez porque tenha de pagar salários aos meninos bonitos da
Polícia Municipal, os inúteis, protegidos do edil Hélder Silva.
That’s
life!!!
Daqui
a uma semana é o Natal
Duas
ideias base!!
Duas
amigas escreveram-me partilhando ideias que considerei relevantes e de imediato
prometi divulgar. Então... aí estão:
1
– (da minha conterrânea Rosa do Lago)
Que tal fazer algo diferente, este ano, no Natal ? Sim,
Natal: daqui a pouco ele chega.
Que tal ir a uma agência dos Correios e pegar numa de 17
milhões de cartinhas de crianças pobres, e ser o Pai ou Mãe Natal delas ?
Há informação de que fazem pedidos inacreditáveis.
Há crianças a pedir um pacote de bolachas, uma blusa de frio
para a avó, etc.
É só pegar numa carta e depois entregar o presente numa
agência do Correio até dia 20 de Dezembro.
Os Correios encarregam-se de fazer a entrega.
Imagine uma criança pobre recebendo o presente que pediu ao
Pai Natal.
2 – (da minha ex-colega
do Departamento Comercial da TVI, Isabel Blanco Ferreira)
É um ritual que também praticamos.
Faço 2 presépios (um grande e outro enorme !! ) em casa e
ainda espalho outros pequeninos pela casa fora. Na mesa da Consoada temos
sempre um pequeno presépio e cantamos os Parabéns pois é o Aniversário de
Jesus.
Não é isso que se faz nas festas de aniversário? Pois cá em
casa... também!!
Dá esta sugestão aos teus contactos. Que na noite de Consoada
se cantem os Parabéns junto ao Menino Jesus.
Duas
excelentes ideias e a que talvez pouco custe aderir!
Enfim... Natal é sempre que um
homem quiser... diz-se não é verdade?
Na vida, passamos por 3 fases:
- a primeira, quando acreditamos no Pai
Natal;
- a segunda, quando deixamos de
acreditar;
- a terceira, quando nos tornamos o Pai
Natal.
Isto é a magia do Natal!!!
BOM
NATAL!!!
Visitas
Como facilmente se calculará, as visitas de amigos chegados de Portugal, ou que ao nosso país de alguma forma estejam ligados, ou mesmo de partida, de regresso ao cantinho à beira-mar plantado, são sempre momentos especiais e que faço questão de partilhar nestas Crónicas, até para que se entenda melhor a Saudade tão portuguesa.
Como facilmente se calculará, as visitas de amigos chegados de Portugal, ou que ao nosso país de alguma forma estejam ligados, ou mesmo de partida, de regresso ao cantinho à beira-mar plantado, são sempre momentos especiais e que faço questão de partilhar nestas Crónicas, até para que se entenda melhor a Saudade tão portuguesa.
Joana
Nunes
Filha de um grande amigo meu, o general Luis Filipe Tavares Nunes, a Joana esteve treze meses por cá e regressou há dias a Portugal, lamentando não ter obtido o respectivo visto de permanência para aqui trabalhar e residir. Veio passar um fim-de-semana connosco e tirámos umas fotografias para guardar para a posteridade o precioso momento de convívio.
Meu
amigo de há muitos anos, o Manuel Tarré, sofreu em 2011 a dor de perder um
filho de vinte anos, o Duarte, vítima de morte súbita, em casa e após uma tarde
bem passada a conviver com o irmão Dinis.
O
Manuel Tarré refugiou-se no trabalho – administrador da Gelpeixe – com uma
facturação anual na ordem dos 50 milhões de euros e decidiu vir até à Austrália
e de caminho viajar até à Nova Zelândia, onde tem negócios diversos que talvez
se venham a tornar extensivos ao país que habito. Foi uma visita curta – dois
dias insuficientes para mostrar esta enorme cidade de Sydney. Mas foi divertido
tê-lo e à mulher, entre nós. Claro que também fizémos umas fotografias e ficou
a promessa de voltar a encontrarmo-nos (em breve), nesta terra de cangurus e
koalas.
Meu
sobrinho, vive em Kyogle, no norte do estado de New South Wales (NSW), onde
vamos aliás passar este ano o nosso Natal.
Depois
de estudar em Portugal, rumou a Inglaterra onde se formou, decidiu fazer um
voluntariado em Timor, aí conheceu a mulher e acabaram por vir viver para a
Austrália, onde o sogro é o maior produtor de árvores de fruto deste país.
Porque
lhes nasceu uma filhota rechonchuda, a Zôa, decidiram vir registá-la ao Consulado
português de Sydney e estando em Sydney, encontrámo-nos para matar saudades e
para programarmos detalhes referentes ao Natal,
uma vez que vamos juntar a família e amigos que se não vêem há anos, até
porque alguns estão a residir em Macau!
Novas
fotos para a posteridade, os detalhes do bacalhau e a promessa de dias felizes
daqui a duas semanas!
Distinto
Vereador da Municipalidade de Warringah
Para
norte de North Sydney, fica uma municipalidade conhecida por ter mais de 60
quilómetros de praias de areia branquinha e fininha tipo Algarve.
Há
dias fui fazer uma reportagem para a RTP com o meu amigo Zeca Mariano (de quem
já vos falei em Crónicas anteriores) e lá nos fomos encontrar, na
Municipalidade de Warringah, com o Vereador José Menano-Pires, português,
natural de Moçambique, cidade da Beira, licenciado em computadores e com um
brilhante curriculum em Manchester (Inglaterra), tendo vindo para cá há trinta
anos.
Foi
uma festa e de imediato fizémos amizade sobretudo dada a origem comum em
Moçambique e ao facto de sermos praticamente contemporâneos – ele com 57 anos,
eu com 61.
Não
levei a máquina de fotografar pois estava a contar com as imagens do Zeca
Mariano, que filmou, mas ainda não me enviou pela internet os frames do nosso
trabalho. Logo que eu os tenha, transformo-os em fotografia e envio-vos.
Foi
reconfortante descobrir por cá um português absolutamente integrado no meio e
de tal ordem que desenvolve em permanência uma actividade política, ainda que
no poder local.
Amigo
pessoal do actual 1º ministro australiano, Tony Abbott e da ministra dos
Negócios Estarngeiros Julia Bishop, o meu recente amigo e conterrâneo José
Menano-Pires prometeu-me a ajuda possível se algum dia eu quiser contactar
directamente a responsável pelas relações internacionais da Austrália. Aguardo
o regresso do Dr. Ramos Horta e depois irei concertar com ele a necessidade de
tal eventual encontro. Para já, o Dr. Ramos Horta continua colocado em Bissau
como representante do Secretário-Geral das Nações Unidas naquele país africano,
com quem recentemente se verificou um desagradável incidente político
envolvendo a TAP.
Filmes
Termino
com os filmes, contando-vos que actualmente dois filmes fazem furor em Sydney e
ambos têm curiosamente algo a ver com Portugal.
Last Train to Lisbon, com Jeremy Irons e filmado
quase todo em Lisboa é, como não podia deixar de ser, um excelente filme
interpretado por esse gigante das telas de cinema, o Jeremy Irons e, eu e a
Bianca, fomos vê-lo há dias. Não sei se já passou em Portugal, talvez não porque
é muito recente, mas não deixem de ir ver – entram actores portugueses, como um
amigo pessoal, o Nicolau Breyner, que tem um papel secundário, mas com um
excelente desempenho!
Adorámos
o filme.
O
outro, é essa referência incontornável da Gaiola
Dourada. Com a presença cá, para a estreia, do próprio realizador português
de 30 anos de idade, a Gaiola Dourada
está a ser um sucesso de bilheteira! Casa cheia na estreia, ainda não fomos
ver, mas em princípio fá-lo-emos até ao Natal.
Depois
conto das minhas impressões, embora pelo trailler de apresentação, o filme me
parecesse a versão em cinema de uma Revista tipo Parque Mayer! On verra!
E
aqui termina esta minha última Crónica deste 1º tomo de Crónicas das Terras do
Fim-do-Mundo.
Boas
Festas, Bom Natal e sobretudo Excelente Ano Novo de 2014. Recebam abraços,
beijos e abreijos deste vosso amigo de sempre e ao v. dispor,
Luis
Arriaga
Sydney,
aos 17 de Dezembro de 2013.
P.S.
– Em Anexo uma pequena e insignificante prendinha de Natal – “Nowhere Man” o
tema dos Beatles de que eu mais gosto – a canção, a letra e a tradução do poema
de autoria de John Lennon.
NOWHERE MAN
Lennon and McCartney
He's a real nowhere man,
Sitting in his Nowhere Land,
Making all his nowhere plans
for nobody.
Doesn't have a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?
Nowhere Man please listen,
You don't know what you're missing,
Nowhere Man,the world is at your command!
(lead guitar)
He's as blind as he can be,
Just sees what he wants to see,
Nowhere Man can you see me at all?
Nowhere Man, don't worry,
Take your time, don't hurry,
Leave it all till somebody else
lends you a hand!
Doesn't have a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?
Nowhere Man please listen,
you don't know what you're missing
Nowhere Man, the world is at your command!
He's a real Nowhere Man,
Sitting in his Nowhere Land,
Making all his nowhere plans
for nobody.
Making all his nowhere plans
for nobody.
Making all his nowhere plans
for nobody!
Sitting in his Nowhere Land,
Making all his nowhere plans
for nobody.
Doesn't have a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?
Nowhere Man please listen,
You don't know what you're missing,
Nowhere Man,the world is at your command!
(lead guitar)
He's as blind as he can be,
Just sees what he wants to see,
Nowhere Man can you see me at all?
Nowhere Man, don't worry,
Take your time, don't hurry,
Leave it all till somebody else
lends you a hand!
Doesn't have a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?
Nowhere Man please listen,
you don't know what you're missing
Nowhere Man, the world is at your command!
He's a real Nowhere Man,
Sitting in his Nowhere Land,
Making all his nowhere plans
for nobody.
Making all his nowhere plans
for nobody.
Making all his nowhere plans
for nobody!
Homem
de lado nenhum
Letra
e música de John Lennon e Paul McCartney
Ele
é um verdadeiro homem de lado nenhum
Sentado
no seu país inexistente,
Fazendo
todos os seus planos de lado algum
Para
ninguém.
Não
tem um ponto de vista,
Não
sabe para onde vai,
Não
será ele um pouco como tu e eu?
Homem
de lado nenhum, por favor escuta,
Tu
não imaginas o que estás a perder,
Homem
de lado nenhum, o mundo está às tuas ordens!
Ele
é tão cego quanto é possível ser,
Só
vê o que quer ver,
Homem
de lado nenhum, serás capaz de me ver afinal?
Homem
de lado nenhum, não te preocupes,
Leva
o tempo que quiseres, não te apresses,
Deixa
tudo até que mais alguém
Te
dê uma mão!
domingo, 10 de novembro de 2013
CRÓNICAS do Fim-do-Mundo 16 - Mais um ano que passou a correr
Pois,
realmente parece que tudo isso foi ontem, mas foi há quase um ano atrás. Quase
doze meses passaram já a uma velocidade vertiginosa, mastigando, triturando
sonhos, projectos, alegrias e tristezas, planos bem concebidos, cheios de
timings perfeitos e cálculos pensadíssimos, rigorosos, inabaláveis! A
velocidade foi tão avassaladora que tudo, ou quase tudo se perdeu, alterou,
esmagou e forçosamente se modificou. Meu Deus... será sempre assim?
Estamos
a entrar nos dois últimos meses do ano e já se aproxima o 2014, o ano do
cabalístico 7, o sete de 2+0+1+4 que, para tanta gente, é sagrado e sinal
divino de prosperidade e boa sorte! Será mesmo? Tenho de perguntar ao meu
querido irmão e amigo João Fernandes.
Faço
votos de que sim, para todos os meus amigos e (permitam-me a particularização),
em especial para a Bianca e para mim, que passámos quase todo o ano de 2013 num
precipício de sustos e problemas de saúde com múltiplas análises, testes,
operações, riscos vários, internamentos, idas a consultas, e com um saldo que
se crê positivo... embora sem certezas!
I’m sick of it, que é como quem diz – estou
farto, não quero mais, obrigado, já chega!
Este
ano de 2013 o Natal e o fim d’ano vão ser diferentes, como esperamos também que
o 2014 seja calmo, saudável, afortunado e uma verdadeira pausa nos sustos!
Julgo que ambos merecemos!
Vamos
passar o Natal em Kyogle, a 8 horas de Sydney, por automóvel e a 3 horas de
Brisbane. Iremos pernoitar nalgum motel a meio da viagem e em Kyogle vamos
ficar em casa do André Madeira, um amigo português, agora com 27 ou 28 anos e
cuja última vez que o vi, tinha ele seis anitos, foi num Natal, na Amadora, em
casa dos pais dele, a Guida e o Quim, meus cunhados. Ela, a Guida, irmã da
minha primeira mulher, a Dulce Pereira e ele, o Quim, à época recém formado em
engenharia mecânica no IST de Lisboa.
Depois,
eles vieram todos para Macau viver (chi... tão longe achámos nós...), a vida
foi correndo, indiferente a ventos e tempestades. A Guida separou-se do Quim e
permaneceu em Macau onde hoje é proprietária de um dos mais prestigiados
Infantários daquela cidade que já não é portuguesa. O Quim casou-se com uma tailandesa
e tiveram uma filhota, a Maya, hoje com 20 anos e autêntica Miss Mundo, de
linda, misturando a beleza lusitana e o exotismo oriental. Suponho que também
vivam em Macau.
O
André foi para Timor por uma temporada, fazer voluntariado após a guerra civil
daquele antigo território português, onde conheceu uma simpática australiana, a
Sarah, cujo pai é o maior produtor de árvores de fruto da Austrália.
A
diáspora reencontra-se e a Consoada deste ano vai religar esta gente toda, mais
uns quantos que se nos juntarão vindos de Lisboa. Vai ser com bacalhau, pois
claro, cozinhado pela Guida à boa maneira de Portugal, com os condimentos
todos, como mandam as regras e nós (eu e a Bianca) levamos os vinhos daqui de
Sydney, vinhos brancos e tintos produzidos nesta magnífica terra australiana
que produz já os melhores vinhos do mundo... para que se saiba! Também levamos
o belo do nosso Vinho do Porto – que é lá isso de comemoração sem um Porto
Ferreira?
O
fim d’ano, já irá ser de novo em Sydney, aliás, perto, em Wollongong, longe da
confusão, em casa de amigos e com as subidas às cadeiras com as doze passas nas
mãos,como manda a tradição! Desta vez alinhamos naquela da tradição ser ainda o
que era, que eu não vou cá em futebóis...
E
por falar em futebol, permitam-me uma acha na fogueira: está tudo maluco com as
afirmações do senhor Joseph Blatter por causa do Cristiano Ronaldo, mas eu
juro-vos que não fumei nada de esquisito, ouvi o que o homenzinho disse e ele
nem falou no Ronaldo. Só falou no Messi e no outro... que até podia ser o
Benzema... ou o Fernando Torres... ou o Beckham! Por que raio é que, com o país
em crise profunda, o povo se levanta todo preocupado com a aterosclerose do
Blatter, na convicção de que ele acusava o madeirense? Não haverá por aí algum
pretensiosismo colectivo? É que até o governo, através do ministro de estado
Marques Guedes, decidiu repor a honradez nacional! Tá tudo maluco?
Venha
o 2014 e vamos ver se a selecção do Galo de Barcelos estará presente no
país-irmão para fazer de conta que está a disputar o Mundial de Futebol! Cá
para mim, melhor será que nos preparemos para o pior e ficar a lamber as
feridas e... ver a Suécia carimbar o bilhete para o Rio de Janeiro!
Lou
Reed e algum Provincianismo do pior...
Vejo
diariamente os telejornais da véspera num canal de televisão australiano (do
Estado) chamado SBS, que passa uns quarenta noticiários diferentes das maiores
comunidades de estrangeiros residentes aqui na Austrália – franceses,
italianos, gregos, japoneses, árabes, chineses, polacos, russos, sérvios,
enfim... uma data deles. Frequentemente fico a ver outros telejornais, até
para, através das imagens (já que da respectiva língua nada entendo) tentar
perceber sobre quais os motivos de interesse dessas comunidades e, muitas vezes,
dou comigo a pensar... ah... afinal o nosso telejornal da RTP, até nem é assim
tão mau!
Contudo,
há dias apeteceu-me escrever para a RTP a denunciar o mau gosto e o
provincianismo patêgo e saloio pelo facto de, imagine-se, em dois dias seguidos
os últimos minutos do telejornal (supostamente preparado para as diferentes
comunidades de portugueses espalhados pelo mundo), terem sido totalmente
dedicados a homenagear o Lou Reed, um intérprete americano, de rock and roll,
sem nenhuma importância assim tão relevante em Portugal, ou crucial para a
cultura pop, nem sequer assim tão conhecido entre nós! Curiosamente nos outros
noticiários, alguns referiram de passagem o desaparecimento do velho Reed, ex-membro
dos Velvet Underground, e apresentaram por dez segundos um excerto do tema
“Take a walk on the wild side”.
E
fiquei a pensar por que motivo a RTP terá produzido uma sentida homenagem
durante dez minutos para homenagear, durante dois dias a memória do
rocker que não era português, explicando quem o influenciara, que canções
gravara, com quem tocara, com que músicos, os títulos dos respectivos álbuns,
as vendas atingidas, eu sei lá! Acho que os portugueses ficaram licenciados em
Lou Reed com tanto detalhe. E nós
portugueses, lá longe, o que tinhamos a ver com aquilo tudo?
Não
digo que nos enchessem os minutos finais dos noticiários com o divórcio daquele
ex-ministro do PS que desatou à porrada à sua bela mulher, agora alcoólica,
(???), ex-apresentadora da SIC, mas ao menos que tivessem feito uma justa
homenagem aquando do desaparecimento há dias, do António Mourão, do “Oh tempo
volta para trás”, que era conhecido, que era português e que ajudou a RTP a
preencher muitas horas de emissão nos anos 60 e 70 e que faleceu triste e só, “arquivado”
na Casa dos Artistas.
(Consta
por aqui que o Manuel Maria Carrilho e o Paco Bandeira vão formar um duo
musical:
o
Duo Olho Negro...) – acho linda!!!
A
mim, quer-me parecer sinceramente que a RTP está de facto a precisar de uma
valente vassourada e que tipos como os que estão à frente da gestão e da
informação, deverão certamente estar a candidatar-se a uma indemnização
valente, tal como sucedeu ao sinistro Emídeo Rangel que veio da SIC para
desestabilizar a RTP e logo a seguir saíu com uma choruda indemnização milionária.
Ou
talvez (admito) eu não esteja a ver bem o problema e me faltem factores
diversos na difícil equação! Talvez afinal o Lou Reed fosse candidato à
Presidência da República, ou Conselheiro de Estado, ou o homem que pagava as
subvenções do governo, ou, sei lá... o fornecedor de droga de alguém importante
na RTP!
Esquesitices
minhas, já se vê!
O
Mário Soares não está bem da cabeça. Por favor internem-no!
Dizia-se
há muitos anos que quando um tipo liga o intestino grosso directamente aos
miolos só sai cagada!
Julgo
que será o caso de um daqueles políticos que considero ser dos principais
responsáveis pela forma como o nosso país se encontra e que, pesem os factos,
irá morrer sem ser julgado e criminalmente penalizado pela quantidade de
trapalhices, disparates e erros absolutamente inadmissíveis e indesculpáveis
como manipulou os destinos desta ditosa pátria nossa, designadamente em três
áreas concretas, a saber:
-
a descolonização “exemplar”;
-
a “estupenda” adesão à União Europeia e sequente entrada para a zona euro;
-
a quantidade de roubos, desvios e escandalosas manobras financeiras de que só a
família Soares beneficiou.
Falo
obviamente do Mário Soares, que suponho esteja atacado de demência senil!
Sobre
ele encontrei na Internet um recente texto de uma grandiosa mulher que conheço
pessoalmente, a cronista e escritora Helena Sacadura Cabral, mãe dos irmãos
Portas, que sobre a arrogância e má criação de Mário Soares escreveu a 17 de
Outubro o que a seguir transcrevo.
Começa a ser
preocupante a forma como um ex Presidente da República se refere a outros
ocupantes do mesmo cargo e, em geral, aos políticos do seu país.
A função desempenhada
no passado e a despesa que ela ainda representa para a nação deveriam impor uma
certa forma de contenção verbal. Discordar é uma coisa. Enxovalhar ou difamar é
outra, muito diferente.
Acresce que uma
comunicação social responsável não deveria ser o veio de transmissão daquilo
que mais não é do que uma triste manifestação de senilidade. À bon entendeur
salut, como dizem os franceses!
Simplesmente
brilhante!
Nobel
da Paz
Mais
uma vez me desiludiu e entristeceu o facto do Comité norueguês para a
atribuição do Nobel da Paz estar perfeitamente cativo de interesses americanos.
Há
uns anos atrás atribuiu o Nobel a um recém chegado à Casa Branca, sem que então o acabado de eleger Barak Obama tivesse
sequer dado provas sobre se era competente, burro como o antecessor (Bush), violento,
ou equilibrado.
Em
2006, todos aguardavam que o Nobel contemplasse a corajosa Irene Sendler (na
ocasião com 88 anos e ainda viva) e que sendo alemã, correra seriíssimo risco
de vida durante a 2ª Guerra Mundial ajudando a salvar mais de 2500 crianças
judias dos campos de concentração nazis, tendo sido presa e torturada pelo
regime de Hitler. Salva por milagre, ela aguardava o reconhecimento do comité
do Nobel da Paz que, entretanto em 2006, achou dever contemplar o americano Al
Gore, simplesmente porque este escrevera um livro sobre o Aquecimento Global.
Nem o lobby dos ambientalistas esperava tal prémio a distinguir quem, no fundo,
era só conhecido por ser membro do governo yank!
Este
ano, nova borrada! Todos contavam com a atribuição do Nobel da Paz à jovem
paquistanesa Malala, activista dos direitos das raparigas estudarem, e que foi
brutalmente atingida na cabeça num atentado organizado pelos talibans locais,
só porque a rapariga entendeu e bem manifestar-se contra a chária muçulmana
extremista que proíbe as raparigas de estudar e ter os mesmos direitos que os
rapazes.
Seria
a atribuição do Nobel da Paz à mais nova laureada da história. Seria um
incentivo a todas as jovens paquistanesas e indianas. Seria uma enorme lição de
coragem e seria sobretudo a melhor forma de fazer com que determinados países
como o Paquistão, o Irão, o Afeganistão, o Iraque, etc. se começassem a
desenvolver em pleno, pois está mais do que provado que essas sociedades
completamente atrasadas e medievais só poderão acompanhar o ritmo do resto do
mundo quando as mulheres tiverem os mesmos direitos, as mesmas oportunidades e
as mesmas condições que são proporcionadas aos homens.
Ainda
por cima, a Malala é uma jovem esforçada, que, pela sua causa, mal se pôs boa
de saúde imediatamente escreveu um livro e desatou a viajar a suas expensas para
apresentar a verdade dos factos, a sua tese, e espalhar a sua palavra,
inclusivé nas Nações Unidas, tendo até recebido o prémio Sakharov 2013,
atribuído pela União Europeia.
Pois
o bendito comité norueguês decidiu entregar o distinto prémio a uma
recentíssima e ainda desconhecida comissão para a destruição das armas
químicas, ligada às próprias Nações Unidas e que funciona da seguinte forma: -
eles acusam a quem a Rússia e a Alemanha venderam armas químicas. Depois, os
Estados Unidos fazem um chavascal medonho e acusam, ameaçam e montam uma
perseguição obcessiva até se chegar ao ponto de se ameaçar com a invasão do
país. Depois, as Nações Unidas exigem a destruição do armamento químico e os
rapazes vão lá, fazem uma listagem do material em causa, colectam os resquícios
e determinam que se transportem os materiais para os Estados Unidos,
supostamente os ùnicos com condições para destruirem essas armas, e fazem-no
por um preço semelhante ao da venda desse material, preço que o país receptador
do armamento (neste caso a Síria), já tinha pago à Rússia e à Alemanha e que
agora volta a pagar para que os States o destrua...
E
foi a este comité que foi entregue o Nobel da Paz de 2013! Porreiro, não é?
Sobre
Malala, o meu amigo João Paulo Diniz, escreveu oportunamente um pequeno texto
que tomo a liberdade de reproduzir.
Há uma jovem
Paquistanesa que há precisamente um ano foi alvejada a tiro quando seguia para
a escola com outras meninas da sua idade.
Os autores dessa
barbaridade foram talibans, que impuseram não querer que as jovens fossem para
a escola.
Gravemente ferida, ela
foi levada para Inglaterra onde, num hospital, em Birmingham, uma
extraordinária equipa conseguiu operá-la e salvar-lhe a vida.
A jovem de quem falo
chama-se Malala Yousafzai, acabou de completar 16 anos, por sinal no mesmo dia
em que falou nas Nações Unidas, em Nova York. Aí afirmou, com a maior
simplicidade, que "uma
criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo. A Educação é
a única solução".
Entretanto, Isabel II
já convidou Malala para uma recepção no Palácio de Buckingham.
Hoje, o Parlamento
Europeu atribuíu a Malala o Prémio Sakharov, destinado a distinguir pessoas ou
organizações que se batem pela Liberdade e pelos Direitos Humanos.
Amanhã de manhã, a
Academia Nobel vai anunciar o Prémio Nobel da Paz de 2013. Malala é uma das
candidatas. E eu estou aqui a desejar que o notável exemplo de coragem e
determinação de Malala mereça essa grande honra. Porque é com pessoas como ela
- e só tem 16 anos, meu Deus! - que o mundo pode ser um lugar melhor.
E, haja o que houver,
desde já fico à espera de um encontro entre duas grandes figuras deste século:
Malala... e o Papa Francisco! Que Deus nos dê saúde para sermos testemunhas
desse momento!!
Pois
é meu caro João Paulo, estávamos todos equivocados e pelos vistos, o Comité
norueguês decidiu, mais uma vez, de uma forma bizarra e direi mesmo de forma
suspeita! Cést la vie!
Com
a minha recente Hospitalização...
...muita
coisa se passou e eu sem poder controlar a minha vida, os meus timings, e os
meus hábitos! Chiça... foi azar!
Quando
voltei a casa, a 20 de Outubro, (e já vos escrevi a dar conta dos tormentos
todos), tinha à minha espera 352 mails e 577 mensagens de Facebook. No mínimo
teria de os ver e ler todos e responder à maioria, tarefa demorada e cansativa,
mas que agradeço do coração, e que mais uma vez provou (se é que isso era
necessário...), que a amizade é uma força maravilhosa, dinamizadora, poderosa e
desconcertante!
Essa
cadeia fraternal atingiu vários países, saltou muralhas e fronteiras e veio de
Portugal, do Brasil, de Moçambique e até do Bangladesh, onde está neste momento
um amigo íntimo de há mais de 45 anos, o Ismail Seedat, o líder da comunidade
muçulmana de Moçambique, meu ex-colega de liceu e amigo de incontáveis farras
desse tempo maravilhoso que já não volta mais!
A
todos o meu comovido OBRIGADO! Deus é grande!
Mas
a doença e a hospitalização forçaram-me a perder algumas coisas já agendadas e
por mim desejadas e muito esperadas, designadamente:
-
a comemoração dos 100 anos da Marinha de Guerra da Austrália que reverteu num
majestoso espectáculo de três dias nas águas do porto de Sydney, com a visita
do Príncipe Harry da Grã-Bretanha, a visita de cerca de dois milhões de
forasteiros, a presença de 40 vasos de guerra da Armada australiana, mais de 8.000
marinheiros a bordo e a presença de vasos de guerra de 8 países amigos,
designadamente Veleiros de grande porte, provenientes da Inglaterra, Estados
Unidos, Canadá, Índia, Nigéria, Japão, China e Coreia. Pena que Portugal não
tivesse podido destacar a Sagres que teria feito uma excelente figuraça e ainda
por cima, pelo facto de termos sido nós os primeiros ocidentais a demandar por
mar estas paragens. Foi o maior evento popular desde a abertura dos Jogos
Olímpicos do Ano 2000. No final houve um feérico fogo de artifício (transmitido
pela televisão) muito melhor que os habituais fogos de final de ano. Adorava
ter por ali andado a fotografar os navios, a gente, o fogo (fireworks), mas já
disse à Bianca: “ok, fica para daqui a 100 anos aquando dos 200 anos da Armada Aussie!”
– ela riu-se e espero que não tenha pensado que estava a falar a sério!
-
o outro evento, ocorreu a 20 de Outubro e foi o 40º aniversário da iconográfica
Opera House, inaugurada com a presença da Rainha Isabel IIª (Elizabeth, The
Second). Houve festejos múltiplos, sendo que o mais impressionante foi, nessa
noite, um show de luzes sobre a estrutura do magnífico edifício que fica a uma
centena de metros da Ponte – Sydney Harbour Bridge. Muita gente, muitos
artistas, muitas reportagens e... muita pena minha de lá não poder ter estado!
Paciência...e agora não estou a brincar...conto lá estar daqui a dez anos
aquando do cinquentenário da Opera House. Até lá sai-me a Sorte Grande e alugo
um voo charter e trago todos os meus
amigos a Sydney, para juntos assistirmos às comemorações! Hein? E esta? Na
construção deste edifício, que é talvez o símbolo maior da cidade de Sydney,
participaram centenas de portugueses, segundo documenta um documentário
extraordinário realizado pelo meu particular amigo Zeca Mariano, realizador dos
Estúdios Fox, aqui residente há mais de 50 anos e com quem tenho a honra de
colaborar (como já vos contei), fazendo as vozes off no Programa “Australia
Contact” que o Zeca realiza e produz mensalmente para a RTP.
-
Também durante a minha estadia nos Hospitais casou em Lisboa, no dia 5 de
Outubro, o meu afilhado Pedro Mendes, filho dos meus Compadres Sérgio Abrantes
Mendes e Fátima Mendes. O Sérgio (Juiz na Relação de Évora), já me contou por alto que o casamento foi
excelente e que o copo d’água terá decorrido com o maior esplendor junto da
estátua do Cristo-Rei. Adorava ter ido para dar um apertado e comovido abraço a
esse meu afilhado de baptismo com quem privei momentos inesquecíveis. Diz-me o
Sérgio que o Pedro escolheu uma noiva lindíssima, polaca, com um nome
impronunciável e que ele conheceu quando trabalhou em Varsóvia no Pão d’Açucar
lá do sítio. Felicidades aos noivos, muita saúde e filhos... que é o que o
Ocidente precisa!!!
Paradoxo
Dialético
Uma
das coisas que mais me diverte são os Paradoxos e algumas intersecções da
língua com a matemática. Há dias, a Bianca trouxe-me um desses Paradoxos que me
divertiu muito e que passo a contar-vos:
“A
frase seguinte é falsa.
A frase anterior é verdadeira”
Ah
Ah... e afinal, em que ficamos? A mim o
resultado parece-me o de um discurso de político: ambas as frases são falsas!
Fait-Divers
Há
dias, vi um anúncio de uma imobiliária aqui de Sydney, que anunciava estar à
venda a vivenda mais cara do mundo, exactamente aqui em Sydney – por 600 milhões
de dolares. Se eu estivesse em boas condições físicas, teria desafiado a Bianca
e metia-me ao caminho, cheio de curiosidade para ir ver o casarão. Alugava um
carro de luxo, vestia-me de árabe e aparecia com uma “intérprete” que faria de
conta traduzir para árabe as explicações que certamente muito solicitamente os
vendedores iriam querer dar ao potencial comprador. Faço ideia o luxo e a
soberba de tal casuncha!
Para
os apreciadores da velha música dos Anos 60, devo dizer que já está à venda um
novo álbum do Paul McCartney, lançado na semana passada e que o velho Beatle
gravou aos 72 anos. Chama-se NEW e devo dizer que fiquei admirado com a
estaleca e a energia, a inspiração do Paul e o som tão semelhante ao dos
Beatles. Extraordinário! Segundo o Paul, em entrevista reproduzida aqui na
Austrália, ele lamentou-se do facto de não ter tido ao seu lado o eterno
companheiro John Lennon, que era de facto quem emprestava a centelha divina do
génio musical e poético que o caracterizava. Ainda assim, vale a pena ouvir o
novo trabalho do velho senhor. Aos 72 é obra!
O
nome de Portugal agora vai aparecendo quase todos os dias nas televisões
australianas, embora, nem sempre pelas melhores razões!
O
Surf tem sido uma quase constante e ainda por cima com as melhores referências
por parte de um surfista australiano que encantado com o Guincho e com a Nazaré
fez múltiplos elogios ao mar, às praias e sobretudo às gentes portuguesas!
Curiosamente sobre a Ericeira – supostamente a “capital do surf” em Portugal,
como a malta gosta de referir – nem uma só palavra!
Cristiano
Ronaldo e José Mourinho são presenças constantes nos noticiários, ou mostrando
os golos do craque, ou mostrando as birras do treinador setubalense, sempre
assumidamente convencido de ser inultrapassável e invencível...
Ultimamente
voltou a falar-se quase diariamente daquela deprimente obcessão do casal McCann
no sentido de continuar a defender a telenovela do rapto da Maddie McCann! A mim,
que conheci bem o caso e até fui porta-voz do Inspector da Judiciária Dr.
Gonçalo Amaral, faz-me aflição ir seguindo as “estórias” inventadas pelos pais
da criança, quando eles bem sabem o destino que a miúda teve...
Só
lamento que o Gonçalo se não encha de coragem e não vá a uma televisão contar o
que sabe e dizer até, onde param os restos mortais da miúda. Não me cabe a mim
contar o que sei e pela minha parte só fui porta-voz do homem a quem uma série
de decisões erradas por parte de uma jovem juíza, inexperiente e manipulada,
permitiu cair num tremendo disparate que foi “acabar” com a liberdade de
expressão e que eu, como porta-voz (já que o Gonçalo Amaral estava proibido de
falar sobre o assunto) contestei publicamente, chamando a atenção para o
desrespeito à Constituição. Esse erro foi já reparado mediante decisão após recurso
intentado e ganho pelo Gonçalo.
Mas
– se me estás a ler Gonçalo – peço-te: acaba de vez com esta encenação e revela
ao mundo o que sabes, reabre o processo em Portugal, acaba com as investigações
patetas que vão alimentando a ideia sórdida do rapto, que afinal terá sido
realizado por alguém que já faleceu... Enfim... tudo “estórias” que só têm um
objectivo – alimentar a gula insaciável daquele casal que transformou a morte
da filha em fonte de rendimentos.
Termino
com a referência aos muitos incêndios (bushfires), que devastaram na semana
passada algumas zonas circunvizinhas de Sydney, designadamente as Blue
Mountains e um bairro relativamente próximo de nossa casa – Balmoral. Arderam
mais de duzentas casas e milhares de pessoas ficaram sem nada.
Porém,
a rapidíssima resposta da comunidade, a rápida resposta dos Seguros e a rápida
resposta do governo australiano, presente na 1ª linha desde o 1º momento, com o
1º ministro falando com as vítimas, reconfortando-os e conversando com os
bombeiros, tudo colmatou e hoje já ningém está nem ao relento, nem sem uma
solução económica. Curiosamente nas imensas entrevistas realizadas pelos vários
canais televisivos, todos se comportavam com um civismo incrível, sem críticas
dramáticas, sem choros, sem desesperos, na maior das calmas. Uma série de
restaurantes deslocaram para os diversos locais das chamas carrinhas carregadas
de comida para servirem gratuitamente quem se quisesse servir e alimentar-se a
qualquer hora do dia e da noite. O único indivíduo que vi chorar foi o chefe
dos bombeiros quando dizia da sua frustração em não conseguir socorrer a todos
e não conseguir salvar os bens de todos os que ficaram sem casa. O Exército de
Salvação organizou de imediato uma formidável acção por toda a Austrália e numa
semana providenciou mobílias, electrodomésticos, loiças, brinquedos, roupas,
etc. para todas as famílias vítimas das chamas.
Não
fora a tragédia e o que se lamenta, eu diria que foi digno de se ver e a forma
como esta gente reagiu e de imediato se colocou de pé! Grande exemplo e grande
gente!
Dr
Gorbatov
A
23 de Outubro tive uma última intervenção cirúrgica ao meu olho esquerdo. Não
sendo possível eu deslocar-me de autocarro, a Bianca decidiu levar o automóvel
para a baixa (a CBD de Sydney) e deixou o carro num parqueamento junto do
consultório por três horas. Ao fim pagou 90 dólares, i.e. perto de 80 euros
pelo estacionamento de três horas! Aqui não há cá excepções e se alguém
estaciona e prevarica na baixa tem mesmo de “entrar com o bilhete”!
Mas
tudo ficou compensado com a fabulosa notícia que o médico nascido na Rússia,
professor universitário em Sydney, tinha para me dar. Depois de muitos testes e
análises, ele deu-me os parabéns e disse-me que, salvo algum acontecimento
médico inesperado, eu me tinha safo e a recuperação pelas intervenções
cirúrgicas tinham decorrido de tal forma que a partir daqui o olho esquerdo
estava salvo e só iria fazer periodicamente uma manutenção com laser. Em
princípio, portanto salvei a vista e não irei cegar do meu olho esquerdo!
Camões...
não te vou imitar! Não tenho veia para isso!
Durante
a viagem de carro, de regresso a casa, sem a Bianca ver, chorei de alegria,
baixinho, para não a perturbar e agarrei-lhe com força a mão disponível da
condução do carro e em segredo agradeci a Deus e ao meu Anjo da Guarda, a
Bianca, a quem ficarei eternamente agradecido.
Hoje,
dia 2 de Novembro vêm cá a casa almoçar os meus padrinhos de casamento, A
Estela e o Fernando Ferreira, pessoas que muito estimo e de quem muito me
orgulho pelo estatuto moral e cívico que têm. Em Timor o casal está a terminar
um orfanato e um infantário que ofereceram à população e na Tanzânia estão a
construir para a população um Hospital, um orfanato e uma escola secundária!
É
verdade – há pessoas assim – Deus é grande e eles são o exemplo perfeito! BEM
HAJAM Fernando e Estela por existirem!
Por
hoje é tudo. Saúda-vos este vosso amigo desta abençoada terra dos cangurus e
dos koalas.
Luis
Arriaga –
Sydney, aos 2 de Novembro de 2013.
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