Simplesmente EU |
Sim,
estou velho! Ainda me lembro que, quando era miúdo, olhava para os adultos de
50, cinquenta e pouco e achava-os velhos! Com sessenta, muito mais. Se conhecia
algum de setenta anos, bom... comparava-o ao Matusalém! Completamente
jurássico!
Os
anos passaram a correr, os cabelos (e a barba) branquearam e aí estou eu com 61
anos!
Tenho
de admitir que embora ainda me sinta capaz de calcurrear mais uns quilómetros
de vida, amigos... estou velho!
Gostaria
de agradecer a todos quantos me enviaram mensagens, telefonemas, sms’s,
mensagens pelo facebook (cerca de 150...), o meu MUITO OBRIGADO pela lembrança,
pelo apoio nesta época difícil, pelos mimos (que deixemo-nos de coisas... sabem
sempre bem e por vezes até me deixam de lágrima ao canto do olho), pelos votos
de felicidades. São todos uns amores!
Nesse
dia e dois dias depois, no sábado 31 de Agosto, eu e a Bianca tirámos
fotografias que tenciono enviar em Anexo com esta Crónica nº 15.
Saúde
Sobre
a saúde tenho-vos informado da evolução dos acontecimentos e não vou agora
maçar-vos com mais relatos. Só quando realmente houver mais novidades.
Combinado? Serei internado a 16 e terei alta a 18.
Dia
16 de Setembro é o Dia de Ano Novo para todos os Judeus do mundo.
Vamos
entrar no ano 5774! A todos, os meus sinceros votos de um feliz ROSH ASHNA.
Portugal
a arder
Tenho
o hábito de diariamente assistir a um serviço muito mal feitinho pela RTP
Internacional, aqui na Austrália, um pequeno telejornal da véspera (noticiário
das 13 horas), com a duração de 40 minutos, emitido às 10h.20m e pasmo com a quantidade absolutamente
incrível de incêndios que deflagram no norte do país e que, para além dos
naturais prejuízos ambientais, este ano fizeram, até ao momento, oito vítimas
mortais.
Fiquei
particularmente chocado com a morte da jovem Rita, de 22 anos, bombeira em
Cascais, num desgraçado fogo em Tondela.
Lágrimas
pela Rita e por todos os outros bombeiros que deram a vida pelas vidas de todos
nós, ingloriamente, enquanto o estado não tomar uma medida absolutamente
urgente, no sentido de proibir a construção imobiliária por um período nunca
inferior a cinquenta anos, nas áreas ardidas, independente dos planos e
projectos de desenvolvimento urbano já existentes. Por outro lado, implementar
medidas legislativas que afectem a penalização do fogo-posto equiparável a
actos de terrorismo e como tal, devendo ser julgados em tribunais especiais,
com penalização equivalente a aplicar de forma exemplar – para actos criminosos
especiais, medidas especiais!
No
final e em Anexo, junto um texto brilhante que me chegou via mail e escrito
pelo corajoso jornalista José Gomes Ferreira, que, com clareza e oportunidade,
coloca o dedo nas várias feridas, chegando até a indicar responsáveis
(declarados e presumíveis).
É
claro que também não se poderá pedir que os tribunais actuem se a legislação é
branda, ou inexistente...
Mas
é aflitivo assistir diariamente a noticiários do país que, invariavelmente,
durante o mês de Agosto, começavam com a notícia de incêndios e de
reacendimentos, vítimas e prejuízos colossais num país a transbordar de
problemas!
Por
mais promessas e reformas que se façam, é todos os anos a mesma coisa! Para o
ano, estou infelizmente certo... há mais do mesmo!
A
morte de António Borges
Não
o conheci pessoalmente, mas ia acompanhando as suas análises, os seus
comentários e as suas entrevistas. Desconhecia que estivesse doente e para mim
foi uma desagradável surpresa o seu prematuro desaparecimento.
Surpreendentemente
creio que houve reacções de júbilo entre alguns cidadãos, o que lamento, pois
reflecte um índice de menoridade intelectual e de grave deficiênccia emocional.
A
este propósito, o meu amigo pessoal João Paulo Diniz, condecorado com a prestigiosa
Medalha da Liberdade, este ano, no 10 de Junho, enviou-me um pequeno texto seu,
que apreciei, aplaudo e subscrevo:
Que me recorde, nunca falei com o
Prof. António Borges e até duvido que alguma vez o tenha visto pessoalmente.
Soube, naturalmente, do seu falecimento. E hoje, ao ler na net o editorial do
"DN", fiquei estupefacto. Escreve o jornal que "mal se soube da
morte de António Borges, as redes sociais, os blogues e as caixas de
comentários das edições online dos jornais foram inundadas de opiniões de
júbilo pela notícia."
E dou comigo a pensar onde está o
respeito pela memória de quem partiu, independentemente do facto de se gostar
ou detestar essa pessoa.
E dou comigo a pensar como alguns
- tantas vezes sob anonimato - opinam as maiores barbaridades acerca de tudo e
de nada, quais 'sábios' saídos de uma universidade que só eles conhecem.
E dou comigo a pensar onde estão
os valores que herdámos dos nossos antepassados. E que valores vamos oferecer
às gerações actuais e futuras.
Que tristeza!
Quanto ao Prof. António Borges, que descanse em Paz! João Paulo Diniz
Eleições
na Austrália
No
passado sábado, dia 7 de Setembro, realizaram-se eleições para a Assembleia
Federal (Senado) e Governo.
Contra
as minhas expectativas, o governo de Kevin Rudd (Labor – correspondente de
certa forma ao nosso PS) perdeu e por margens esmagadoras, com equiparação a
registos do tempo da 2ª guerra mundial!
Ganhou
a oposição, liderada por Tony Abbot, que preside ao partido Liberal (mais ou
menos correspondente ao nosso PSD).
Esperam-se
algumas mudanças significativas, sobretudo a fazer fé nas promessas eleitorais,
havendo a certeza de que vão aumentar os impostos, vão desaparecer as taxas que
o governo anterior lançara às empresas exploradoras de minas e de carvão e a
Austrália vai entrar num período de pelo menos quatro anos de um regime de
capitalismo selvagem, defendido pelo candidato Tony Abbot.
Tony
Abbot, é membro da Opus Dei e a mãe dele (segundo os mass media cá do sítio),
dizia que ele um dia seria Papa, ou 1º ministro! Felizmente na Igreja católica
deve ter prevalecido o bom senso e aí o temos como 1º ministro...
Tudo
decorreu com a maior das serenidades e no final, todos procederam com o maior
dos civismos e fairplay, tendo os
derrotados felicitado os vencedores – lembrei-me dos problemas que tive em
Portugal, quando, ainda ao serviço da Direcção-Geral da Administração da
Justiça, publiquei no site da DGAJ as felicitações ao então vencedor do acto
eleitoral entretanto ocorrido, Partido Socialista dirigido pelo Engº José
Sócrates.
Enfim...
Portugal ainda terá de percorrer um longo caminho na via dos procedimentos e dos
hábitos da democracia.
Ainda
sobre os resultados eleitorais desta terra dos cangurus, só me preocupa e muito
que a futura ministra dos negócios estrangeiros, Julie Bishop, que é uma
tiazona completamente inexperiente e seguidista, e que por inerência vai
chefiar a delegação australiana, vá a partir de Outubro próximo, presidir ao
Conselho de Segurança das Nações Unidas, num período tão dramático quanto é o
que estamos a atravessar, com a previsão de mais um conflito de proporções
gigantescas, impossíveis de avaliar, no Médio Oriente.
Sai
o anterior ministro, Bob Carr (um tipo admirável, conhecedor e equilibrado, de
consensos) e entra uma tiazeca Barbie, que suponho, nem tenha bem noção de onde
fica a Síria, ou que suponha que Burkina Fazo seja a marca de um
electrodoméstico...
Enfim,
vamos ver no que isto tudo vai dar!
Para
já, começou por (como primeira medida tomada) demitir o Cônsul australiano em
Nova Iorque, com a desculpa de que ele pertence ao partido Labor, agora na
oposição! Muito mau sinal, uma vez que internacionalmente não há “oposição” –
existe, isso sim, a preocupação de servir com competência os interesses do
país!
Recadinho
para aqueles que ainda sonhavam vir trabalhar para a Austrália, ou emigrar:
Com
Tony Abbot acabaram-se as abébias e a partir de agora, a legislação sobre
emigração vai endurecer brutalmente. Quem veio, veio, quem não veio... ficou de
fora!
Alguns
já me tinham avisado que não esperasse que se eternizasse este estado de graça
na Austrália. A Bianca, mais habituada a estes ambientes das terras do sul, não
se mostra particularmente nervosa, nem preocupada. Deo gratias!
Madrid
2020
Como
bom ibérico acompanhei por mais de dois meses a expectativa da escolha da
cidade organizadora dos Jogos Olímpicos de 2020, cujo epílogo foi há dias o
anúncio da cidade vencedora, em Buenos Aires, pelo Comité Olímpico!
Estava
a torcer por Madrid que se apresentou francamente com uma proposta vencedora,
naquele jeito arrebatador que só os espanhóis transmitem, com salero,
organização, alegria, paixão!
Concorriam
(nesta fase final) Madrid, Istambul e Tokyo.
Todas
apresentavam os seus argumentos e confesso, não sendo Madrid, cheguei a supor
que Istambul era a cidade que reuniria mais argumentos de novidade: o facto de
pela 1ª vez ser um país árabe a organizar os Jogos Olímpicos, o facto de ser
capital de um país de gigantesco poder, sobretudo se se projectar as
expectativas de daqui a 8 anos, o facto de pela 1ª vez ser possível “fazer” as
Olimpíadas em dois continentes.
Para
trás ficaria obviamente Tokyo, uma cidade com 80% das estruturas olímpicas por
construir (uma vez que as anteriores estavam caducas e obsoletas), uma cidade
demasiado populosa e demasiado cara (a mais cara do mundo), ameaçada por
terramotos e por poluições perigosas (Fukushima a uns poucos de quilómetros),
uma cidade localizada em fuso horário absolutamente anticomercial e deixando a
América fora do contexto das retransmissões em directo, uma cidade de gente
cinzenta...
Pois
foi exactamente a cidade ganhadora! A meu ver... infelizmente!
A
Bianca acertou no prognóstico – Tokyo!
Como
em 2024 San Francisco se perfilou já para se candidatar e supostamente é uma vencedora antecipada,
resta a Madrid a esperança de se recandidatar lá para 2028, ou 2032!
Há
também quem assegure que Paris também pretende organizar os Jogos de 2024 e se
porventura estes, de 2020, fossem na Europa, dificilmente os de 2024 se
efectuariam também na Europa.
A
corrupção, os interesses escondidos e a manipulação instalaram-se também no
Comité Olímpico, o que é uma pena!
2032
Pois...
eu acho que já cá não estarei, mas quem sabe? Se for vivo, terei a honrosa e
provecta idade de 80 anos! Parece-me meta inatingível.
A
Bianca diz que sim, que vou cá estar e continuar sem juízo nenhum!
Curiosamente
o livro português que estou agora a ler e que me foi enviado e oferecido pela
minha sogra, a Elizabete, (Bem Hajas Dezi), tem por título 2032, de autoria de Diana Cooper e é uma obra visionária repleta de
previsões sobre o que será o mundo em 2032, quando, segundo a autora, começa a
Nova Idade de Ouro, quando o mundo finalmente atingir a paz e será então absolutamente
reconhecível uma revolução nas mentalidades, o desparecimento do materialismo e
a implementação de uma era de espiritualidade.
Diana
Cooper chega a esmiuçar país por país, refere-se a Portugal, à Austrália, à
Nova Zelândia, e por aí fora! Considero uma leitura muito curiosa.
Achei
extraordinário, que tendo o livro acabado de ser escrito em 2010 ou 2011 (isto,
porque a 1ª edição é de 2012), a autora, ao referir-se à Síria apresenta
uma fotografia absolutamente actual da crise que espanta e preocupa o mundo dos
dias de HOJE! Para os aficionados pela leitura, sugiro vivamente o 2032, certamente fácil de obter numa
livraria “perto de si”...
Vem
aí a Primavera
O
frio já começa a abrandar e direi mesmo que o calor já apareceu e mostrou que
este ano vai aquecer um pedaço... não sei se tanto quanto o ano passado, mas
recordo-me de um dia numa municipalidade de Sydney – Liverpool – os termómetros
terem chegado aos incríveis 53 graus centígrados!
Por
cá, o frio apresenta uma vantagem incontornável – não há baratas – las cucarachas... são aos biliões no
tempo quente e mesmo em prédios com 70 e 80 andares, os residentes se queixam
deste imenso e nojento incómodo! Aliás desconhecia que as putas das baratinhas hibernavam!!!
Oficialmente
a Primavera entra a 22 de Outubro, aquando do equinócio da Primavera.
No
último fim-de-semana de Outubro, em Portugal entra-se no chamado “horário de
inverno” e aí a diferença horária aumenta para dez horas – cá mais tarde!
Uma
semana depois, no 1º fim-de-semana de Novembro, a Austrália entra no “horário
de verão” e há nova alteração das horas – a diferença horária aumenta então
para onze horas – aqui, 11
horas mais tarde.
Realmente
estamos a meio caminho entre Terra e Marte!
Já
o tenho referido em diversos escritos que as cidades estrangeiras mais próximas
de Sydney (com excepção de Auckland e Wellington na Nova Zelândia) – Jacarta,
Dili, Singapura, Kuala-Lumpur, Macau, Bangkok, estão de Sydney, mais longe do que
Lisboa está de Nova Iorque ou de Moscovo! E aquelas são as mais próximas de
Sydney...
11
de Setembro
Passam
hoje 12 anos sobre essa terrível data em que o mundo mudou para sempre.
O
brutal atentado perpretado pela AlQaeda contra o Pentágono, contra as Torres
Gémeas de Nova Iorque, contra o Ocidente, contra a Paz, fez abanar a
estabilidade e perder a esperança que então, no início do século XXI, todos
alimentávamos sobre um tempo mais espiritual, menos materialista, mais brando e
menos ligado aos conflitos.
Infelizmente,
cada vez mais constato que tenho razão quando digo que a Paz é um mero
intervalo entre guerras e que o Homem é de facto de natureza conflitual, não
sabendo viver sem ser em tensão, em conflitos maiores, ou menores.
Provavelmente,
hoje mesmo, a 11 de Setembro na Síria começa um novo conflito cujo desfecho é
impossível de avaliar, sabendo-se à partida, que de certeza cairão muitos inocentes,
vítimas de ambos os lados e absolutamente impossibilitados de evitar as baixas,
dada a violência dos meios envolvidos.
Se
por um lado a comunidade internacional deve dar uma resposta convincente ao
presidente sírio, Bashar Al-Assad, que comprovadamente não hesitou em utilizar
armas químicas contra uma parte significativa da sua população, a verdade é que
essa intervenção será tomada à margem do Conselho de Segurança das Nações
Unidas e mais uma vez os Estados Unidos acabam por agir à revelia dos acordos
internacionais estabelecidos e aceites pelos membros da ONU.
A
divisão na Síria acontece por causa de uma eterna clivagem entre muçulmanos –
os Sunitas e os Chiitas. Uma questão que não só, não é muito transparente,
como, julgo em minha modesta opinião, esconder perversamente outras jogadas e
interesses.
Honestamente
penso que Israel estará a explorar a referida divisão entre muçulmanos e a
guerra civil na Síria, para afastar do regime o ditador Assad, uma vez que ele
é aliado do maior inimigo de Israel – o Irão – não permitindo que os aviões da
Força Aérea israelita sobrevoêm a Síria para irem ao Irão destruir as fábricas
das ogivas nucleares e as fábricas de enriquecimento do urânio, que se diz que o
Irão possui e desenvolve há já vários anos, constituindo isso uma seriíssima
ameaça à existência do estado de Israel.
Israel,
para voar para o Irão terá de conseguir que os seus caças vão e voltem em
segurança e necessita de os reabastecer em voo, o que, por enquanto, não é
possível – só mediante a queda de Bashar Al-Assad.
Ora
aí está uma outra perspectiva sobre esta crise que afecta milhões de seres, não só na região,
mas em todo o mundo.
Ainda
que compreendendo os objectivos de Israel, legitimamente discordo que se tomem
iniciativas tão alastradas e violentas e, apesar de tudo, talvez fosse possível
um mal menor, através de uma medida cirúrgica. Mossad... why not?
A
ser hoje o esperado ataque à Síria (e certamente muitos se seguirão... com o
envolvimento de outros países da região...), o dia 11 de Setembro passa a ser
uma espécie de Dia Maldito!
Mulheres
Orientais
Mas
falemos de outros assuntos bem mais agradáveis!
Uma
das coisas que mais me tem intrigado é ver em Sydney uma imensa quantidade de
homens ocidentais atrelados a mulheres orientais!
A
miscegenação é um fenómeno natural, mas não numa tal proporção!
Perguntei
a um amigo a razão de tal circunstância, ao que ele me respondeu dizendo que os
australianos procuram com frequência as mulheres orientais por estas terem fama
de serem meigas, submissas, boas mães, muito trabalhadoras, tratando da casa,
dos filhos, fazem a comida, limpam tudo, não contestam os maridos, permitem que
estes vejam na televisão os desafios de rugby, ou de futebol, sem refilarem,
sem contestarem, não são ciumentas, estão sempre prontas para fazerem as
vontades todas, nunca alegam estarem com dores de cabeça, não fazem birras e
apresentam sempre um contagiante sorriso!
Bom,
acabei por procurar confirmação disto junto da Bianca, que me disse – Ah pois
é, mas elas fazem tudo isso a troco de terem um cartão Visa de crédito
ilimitado e estão constantemente a fazer compras e não querem cá saber de
conveniências financeiras – tem de haver dinheiro para férias no estrangeiro,
para jantar fora uma vez por semana, para ir ao teatro, ao cinema, e dançar,
bom carro...
Chiça...
penico, chapéu de côco... venha o diabo e escolha.
Agora
olho para as tailandesas, indonésias, coreanas, chinesas, japonesas,
vietnamitas, filipinas de forma diferente! Deus me livre... prefiro as birras e
os “maus feitios” das ibéricas, com o chamado pêlo na venta, com as suas
exigências e “defeitos” inerentes ao feitio.
Pelo
menos, é o que eu argumento sempre – ok... já sei...não é defeito... é feitio!
Entretanto
já começo a saber distingui-las:
As
chinesas são as mais altas e elegantes. As japonesas são geralmente feiocas e
baixinhas (cá para mim... é por isso que os japs trabalham que se fartam), as
filipinas são as mais provocantes e as tailandesas as mais sexy! As vietnamitas
são, com as coreanas, as menos protegidas pela natureza, contudo, consta, as
melhores cozinheiras...
Não
sei se este capítulo da Crónica 15 vai ser censurado, com lápis vermelho e se
durante uns dias não terei de enfrentar uma greve do proletariado, mas
pronto... decidi correr riscos!
Artistas
estrangeiros conhecidos
Obviamente
que só dou atenção aos que conheço (dos anos 60 e 70) e provavelmente muitos
outros, contemporâneos, também se deslocam cá, mas eu só reparo nos nomes dos
velhos consagrados!
Estava
para cá vir o J.J.Cale, em Outubro, mas de repente faleceu e entretanto foi
“substituído” pelo italo-descendente, igualmente muito popular por cá, Don
Mclain. Em Fevereiro desloca-se a Sydney e Melbourne o maior ídolo da Bianca, o
judeu canadiano, baladeiro dos anos 60 e 70, Leonard Cohen. Mas não vamos ver
porque os bilhetes mais baratos (já esgotados) custam 250 dolares (cerca de 240
euros... cada!).
Em
Março de 2014, quando cá vier a minha sogra, vem actuar à Austrália a
coqueluche do momento – novos e velhos caêm estarrecidos por ele – Michael
Bubblé – uma espécie de Julio Iglesias dos tempos modernos. Eu acho que canto
tão bem quanto ele, sou capaz de não ter a sua elegância, talvez não seja tão
famoso, e provavelmente não teria as enchentes que ele vai ter, mas, pelo menos
aqui na Unit 11 / 28 Moodie Street, Cammeray, NSW 2062, o show será preenchido
com Luis Arriaga a solo, por cima dos discos do Frank Sinatra, Nat King Cole,
Beatles, etc. Os números tipo Michael Jackson retirei-os do “menu” das festas,
porque agora, coxinho e com a bota ortopédica tenho uma certa dificuldade em
fazer aqueles passos mágicos desse cantor que também nasceu a 29 de Agosto, mas
de 1959 (sete anos mais novo do que eu).
Tabaco
Lá
como cá, existe e pratica-se a costumeira hipocrisia do Tabaco.
O
governo vai lançar impostos elevadíssimos sobre o tabaco com o agravamento
daqueles estúpidos e ineficazes anúncios nos maços, de que o Tabaco mata e aos
quais já ninguém liga!
É
constarngedor assistir a campanhas imensas em que o estado investe milhões e
por outro lado perceber que (aí como cá), o Estado é o principal accionista,
logo o principal interessado em vender tabaco. Mesmo com as restrições de se
não poder vender a menores, de se colocarem faixas nos maços a referir que o
tabaco provoca cancro, a verdade é que se vendem muitas toneladas de cigarros e
o estado lá vai esfregando as mãos de contente, esperando certamente que muito
poucos deixem de fumar e para limparem as consciências tingidas da poluição dos
fumadores, o Estado toma umas quantas medidas absolutamente balôfas.
A
Bianca afirma que o Estado investe balúrdios na prevenção e cura do cancro por
causa do tabaco e na luta anti-tabágica, com os media.
Manias
dos australianos
Não
se deve generalizar, eu sei, sobretudo quando se fala de públicas virtudes e
vícios privados.
Mas
ao longo destes treze meses de Austrália, reparei que há por aqui manias e
trejeitos, maneirismos e características muito comuns à generalidade dos aussies – que é como eles se referem a
eles próprios.
Sei
também que a Bianca não concorda com estas minhas observações.
1º
Muitos se proclamam ter laços ancestrais com os aborígenes – o que eu chamo o
“pecado aboriginal” – no fundo uma hipocrisia total! Quando os colonos ingleses
vieram no século XIX fartaram-se de matar os aborígenes, quase até à sua extinção
e constituiram como que “reservas” onde ainda hoje eles vivem, em condições de
desenvolvimento restritas. É certo que eles parecem quase todos macacos, feios,
pele muito escura, semelhantes a humanóides, de duvidoso aspecto, mas daí até
se argumentar que se descende deles, por via de uma tia-bisavó de quinto grau,
vai um gigantesco passo!
2º
Todo o ausraliano sonha com uma viagem à Europa. Em especial ostentam um desejo
que na maioria dos casos não passa de um devaneio (porque nunca chegam a ir),
mas têm Paris como destino privilegiado, a aspiração máxima de uma vida de
trabalho e sacrifícios – um acto de vaidade que é uma tolice, uma vez que o
resto da Europa tem coisas maravilhosas como Barcelona, Roma, Lisboa, e por aí
fora...
3º
Manifestam na generalidade uma incontrolável inveja (e pena...) de não serem
norte-americanos! Estão constantemente a criticar os yanks, mas adoravam ser
como eles. Isto revela um irreprimível complexo de inferioridade, já que a
Austrália contém, a meu ver, vantagens imensas sobre os Estados Unidos da
América e sobretudo sobre a forma de viver dos yanks!
E
pronto, meus amigos!
Desta
vez fico-me por aqui e voltarei a dar notícias depois do Hospital!
Espero
que fiquem bem e até lá recebam um imenso abraço, um ternurento beijo e as
costumeiras saudações deste vosso servo, ao dispor
Luis
Arriaga
Sydney, aos 11 de
Setembro de 2013.
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